Esquema com certificados de óbito, envolve 4 médicos e 5 agentes funerários acusados de corrupção
A Justiça acusou quatro médicos e cinco agentes funerários de Bragança de mais uma centena de crimes de corrupção e abuso de poder. Os clínicos emitiam certidões de óbito sem verificarem a morte e recebiam dinheiro das agências funerárias.
O caso foi conhecido em 2021, quando a polícia judiciária realizou 29 buscas em casas particulares, agências funerárias e também no Centro de Saúde de Bragança.
Na altura foram detidas para interrogatório nove pessoas. Uma delas, um delegado de saúde, esteve em prisão domiciliária.
Três anos depois, o ministério público dá por concluída a investigação e acusa quatro médicos, sendo dois delegados de saúde, por 55 crimes de corrupção passiva e três de abuso de poder. Também cinco agentes funerários foram atribuídos 70 crimes de corrupção ativa.
Segundo a acusação, a que a SIC teve acesso, os médicos teriam acordos com três agências funerárias de Bragança para emitir certificados de óbito, com dispensa de autópsia, sem confirmarem presencialmente a morte. Em contrapartida, os médicos recebiam uma vantagem patrimonial entre 40 e 50 euros por atestado – um ato que é gratuito.
O principal arguido chegou a ceder as próprias credenciais do sistema informático de certidões de óbito ao filho, para, em seu nome, emitir certificados, que entregava aos agentes funerários a troco dos valores acordados.